NILDO CHAGAS - Nesta última quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu de forma unânime pelo aumento da taxa básica de juros (Selic).
Dessa vez a dosagem foi mais forte e o aumento foi de 0,50 ponto percentual na comparação com o que ocorreu em setembro, quando o Copom deu início a um novo ciclo de alta dos juros, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual.
Com a decisão, a nova taxa passou de 10,75% para 11,25% ao ano, reforçando uma política monetária contracionista adotada pelo BC, que dessa forma, encarece o crédito e desestimula o consumo.
A nova alta dos juros trouxe reações da base aliada do governo, como foi o caso de Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que se manifestou nas redes sociais.
“Copom mantém a sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos. Irresponsabilidade total com um país que precisa e quer continuar crescendo.”, publicou Gleisi no X.
CAUTELA - Em nota divulgada, o Copom justifica a sua decisão em razão de um cenário externo que se mantém desafiador com os Estados Unidos e outras grandes economias, adotando cautela na redução dos juros dada uma inflação ainda resiliente.
A expectativa é que economias como a americana, tenham mais dificuldades em reduzir os seus juros, o que torna os países emergentes menos atrativos em razão do seu risco.
Olhando o cenário interno, o Comitê enxerga que a economia aquecida e o aumento do emprego têm pressionado a inflação dos preços, pois não há uma oferta suficiente para suprir o aumento da demanda por produtos e serviços.
META - A inflação tem-se distanciado de sua meta e demonstrado uma tendência de alta, como pôde ser observado já no segundo trimestre deste ano, após ter alcançado uma mínima de 3,69% em abril no acumulado de 12 meses.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira (08) a inflação oficial que avançou 0,56% em outubro, ante uma alta de 0,44% de setembro.
A inflação é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumula alta de 4,76% nos últimos 12 meses, ou seja, está acima do limite da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para este ano, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima.
DÉFICIT - A política fiscal também é outro ponto destacado pelo Comitê, pois o déficit primário de R$ 105,2 bilhões (até setembro) e o distanciamento da meta fiscal impactam significativamente o preço dos títulos públicos e do dólar, que valorizou este ano mais de 18% frente ao real.
Os investidores ou compradores dos papeis do Tesouro Nacional exigem uma remuneração cada vez maior além de afetar o câmbio, considerando que os investidores levam os seus recursos para economias mais consolidadas, aumentando ainda mais a pressão sobre o
preço do dólar.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio.”, publicou o Copom em nota.
A expectativa do mercado, através do boletim Focus publicado pelo BC, projeta uma Selic de 11,75% ao final de 2024, o que indica mais uma alta de 0,50 ponto percentual na última reunião de dezembro.
A corretora Rico da XP projeta uma Selic de 13,25% ao ano em 2025, mas acredita que há espaço para cortes se o “remédio amargo” fizer efeito no combate à inflação.
“Acreditamos que o Banco Central deverá dar sequência ao ciclo de altas da Selic ao longo dos próximos meses – implementando elevações graduais até o patamar de 13,25% no segundo trimestre de 2025.”, a Rico publicou em sua página na internet.
Fato é que o Brasil está na contramão do que está ocorrendo com grandes economias pelo mundo afora, pois esta semana, enquanto o Brasil aumentou os juros, os Estados Unidos e Reino Unido reduziram em 0,25 ponto percentual suas respectivas taxas.
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