NILDO CHAGAS - Após ter alcançado 13,75% ao ano em agosto de 2022 para conter a escalada da inflação pós-covid, a taxa básica de juros (Selic) iniciou uma trajetória de cortes em agosto do ano passado até chegar a mínima de 10,50% em maio deste ano e que se manteve até julho.
Desde então, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou um ciclo de alta dos juros, aumentando a Selic em 0,25 ponto percentual no mês de setembro e 0,50 em novembro.
No entanto, dessa vez a “dosagem” para combater a inflação foi mais forte e na última quarta-feira (11), o Copom de forma unânime decidiu pela elevação da Selic em 1 ponto percentual, ou seja, subiu de 11,25% para 12,25% ao ano.
Começamos o ano com uma expectativa de queda dos juros e uma previsão de fecharmos o ano em 9%, segundo o Boletim Focus do BC, que é um relatório contendo as projeções dos principais indicadores econômicos, que por sua vez é alimentado por mais de 170 entidades entre bancos, gestoras de recursos, corretoras, universidades, etc.
Com uma economia aquecida e redução do desemprego, a inflação segue em alta e acumula 4,87% de aumento nos últimos 12 meses com referência em novembro passado, o que já ultrapassa o centro da meta de 3%, como também o seu teto, que é de 4,5%.
Esse cenário interno de maior consumo e de falta de investimentos necessários para aumentar a oferta de produtos e serviços, obriga o Copom a adotar uma política contracionista, elevando os juros para frear o consumo, e com isso, os empréstimos e financiamentos ficarão mais caros, além de mais restritos.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”, publicou o BC em sua página após reunião do Copom.
A falta de controle no gasto público e o recente pacote fiscal do governo também foram destacados e considerados na tomada de decisão do comitê, pois em função do aumento do endividamento, que já ultrapassa mais R$ 9 trilhões, o investidor tem retirado os seus recursos do país, afetando o câmbio, como também tem exigido um prêmio (retorno) maior sobre os títulos públicos.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, destacou ainda o Copom.
VICE - O novo aumento da Selic pôs o Brasil em 2º lugar no ranking dos maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo com uma taxa de 9,48% ao ano, segundo a consultoria MoneYou.
Nesse ranking, o Brasil só perde para a Turquia com 13,33%, seguido da Rússia (8,91%), Colômbia (6,46%) e México (5,75%).
E a disparada dos juros não para por aí, pois em se confirmando o cenário esperado, o Copom prevê duas altas de mesma intensidade nas próximas reuniões em janeiro e março de 2025, o que fez com que bancos como Itaú e XP revisassem as suas projeções da Selic de 14,25% para 15% ao final do atual ciclo de aperto monetário.
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