NILDO CHAGAS - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na última terça-feira (17) reforça a preocupação do Banco Central (BC) com os rumos da inflação e da política fiscal do país.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, publicou o Copom.
O Governo Federal apresentou um pacote de corte de gastos na ordem de R$ 70 bilhões em dois anos para o equilíbrio das contas públicas, que foi na verdade, o grande estopim dessa crise de desconfiança.
Considerado sem robustez pelo mercado, esse pacote ainda trouxe a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, o que traria um custo anual de R$ 45 bilhões aos cofres públicos, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional).
Então, o pacote somado ao aumento acelerado da inflação contribuíram, dentre outros fatores, inclusive externos, para a formação de uma tempestade perfeita, que levou a uma debandada de recursos do país.
O BC informou na quarta-feira (18), que o Brasil registrou no mês de dezembro até a sexta-feira (13) um fluxo cambial negativo de 6,8 bilhões de dólares, volume considerado muito elevado em apenas duas semanas.
Até o mês de novembro, a bolsa brasileira (B3) acumula R$ 25,9 bilhões de perdas líquidas de investimentos estrangeiros, com isso, a desvalorização no ano do seu principal índice chegou a 7,98%, conforme fechamento do último pregão da sexta-feira (20) .
Com a intensificação da fuga de investimentos do país, o dólar alcançou na quarta-feira (18) a sua nova máxima histórica de fechamento com o valor de R$ 6,267 e na quinta-feira (19) a sua máxima intraday (durante o dia) ao ser cotado por R$ 6,30.
Para tentar segurar a disparada do dólar, o BC tem realizado intervenções no mercado de câmbio desde a quinta-feira (12) através de leilões de dólar à vista e de leilões de linha (operações com compromisso de recompra), que totalizaram 27,7 bilhões de dólares.
Além dos leilões, a aprovação na sexta-feira (20) do pacote de corte de gastos no Congresso Nacional, que embora não seja suficiente para resolver o déficit fiscal do país, também ajudou no arrefecimento do preço da moeda americana, pois foi visto como um esforço e uma mobilização do legislativo e executivo nessa direção.
Por último e não menos importante, no mesmo dia à tarde, o presidente Lula divulgou um vídeo na rede social X ao lado do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da ministra do Planejamento, Simone Tebet e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
No vídeo, Lula falou da importância da estabilidade econômica e do combate à inflação como sendo as “coisas mais importantes para a proteção do poder de compra das famílias brasileiras”.
Lula reforçou o seu compromisso com o arcabouço fiscal e que fará novas medidas, caso sejam necessárias, como também reforçou a independência entre as instituições e externou a sua confiança em Galípolo, que segundo ele (Lula), será o mais importante presidente do BC.
“Você será certamente o mais importante presidente do banco central que esse país já teve, porque você vai ser o presidente com mais autonomia que o banco central já teve”, disse Lula em vídeo publicado no X.
Diante dos eventos da sexta-feira (20), o dólar recuou e fechou em baixa de 0,87%, sendo cotado a R$ 6,071, mesmo assim, a moeda acumula uma alta de 25,1% no ano.
Apesar do recuo da moeda americana, o mercado segue cauteloso e exigindo do governo medidas que reduzam o gasto público de forma mais significativa, caso contrário, o Brasil será visto como um carro sem freio a descer uma ladeira.
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