*INFLAÇÃO ESTOURA O TETO DA META DE 2024*

NILDO CHAGAS - Na manhã da última sexta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a inflação de dezembro, que avançou 0,52% e dessa forma, fechou no acumulado do ano com um crescimento de 4,83%.

No ano anterior de 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do governo, havia ficado em 4,62%.

O menor patamar da inflação desde a pandemia de covid-19 ocorreu em abril de 2024, quando o índice alcançou 3,69% no acumulado de doze meses, após ter alcançado 10,06% ao final de 2021 e iniciado uma trajetória de queda, fechando 2022 em 5,79%.

O centro da meta de inflação em 2024, definida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN), foi de 3%, podendo variar 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou para baixo, ou seja, não poderia ultrapassar o teto de 4,5%.

O grupo Alimentos e Bebidas foi o grande vilão da inflação em 2024, avançando 7,62% e impactando 1,63 p.p. na composição do IPCA.

Os destaques desse grupo foram as carnes com um aumento de 20,84% e impacto de 0,52 p.p., seguidas do café moído (39,60% e 0,15 p.p.), das frutas (12,12% e 0,14 p.p.) e do leite longa vida (18,83% e 0,13 p.p.).

“Embora a alta dos alimentos seja causada por fatores como a destinação de safras para exportações, por exemplo, as questões climáticas exerceram uma forte influência sobre esses itens", explicou André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.

GASOLINA - Entre os 377 subitens avaliados, a gasolina foi o que mais contribuiu para o avanço da inflação com um impacto no índice de 0,48 p.p. e um aumento de 9,71% no ano.

Na sequência, tivemos plano de saúde com um impacto de 0,31 p.p. e aumento de 7,87% no acumulado do ano.

Considerando os aumentos regionais, São Luís apresentou a maior alta com 6,51%, influenciada principalmente pelas altas da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%).

Já a região metropolitana de Porto Alegre foi a menor com 3,57% de variação, destacando-se as quedas da cebola (-42,47%), do tomate (-38,58%) e das passagens aéreas (-16,94%).

No cenário internacional, levando em conta o G20, que compreende as maiores economias, o Brasil terminou o ano com a 5ª maior inflação do mundo com base em projeções, ficando atrás apenas da Argentina (116,6%), Turquia (44,4%), Rússia (9,3%) e Índia (6,3%).

Em razão do descumprimento da meta de inflação, o BC publicou também na sexta-feira (10) uma carta aberta assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A carta trouxe as razões do descumprimento, as providências tomadas pelo BC para garantir a convergência da inflação à meta, bem como o prazo para que isso aconteça.

DÓLAR - Alguns motivos foram destacados como o aumento do dólar, a economia aquecida e os desastres climáticos, a exemplo do que ocorreu no Rio Grande do Sul e seca que atingiu parte do país.

Como providência, o BC vem elevando a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 12,25% e sinalizou duas novas altas de 1 p.p. cada para as próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorrerão no final deste mês e em março.

Segundo as projeções do BC, a inflação ficará acima do teto (4,5%) até o terceiro trimestre de 2025, e após isso, entrará em uma trajetória de queda, mas ainda permanecendo acima da meta de 3%.

No entanto, as projeções dos agentes econômicos, que são compiladas pelo Boletim Focus do próprio BC, apontam para uma inflação de 4,99% ao final de 2025, pois a demanda continua maior do que a oferta e tendo em vista uma expectativa de dólar mais caro, não só pela manutenção dos juros altos nos Estados Unidos sob a gestão de Trump, como também pela crise fiscal do Brasil.

QUER SABER TUDO PRIMEIRO??? – Siga-nos no Instagram e Youtube. Participe do grupo no ZAP.

https://www.instagram.com/redeobservatoriope/  Instagram

https://chat.whatsapp.com/CIylu51erFy9t9cIy49GRg WhatsApp

https://www.youtube.com/channel/UCRiaMDDQmUXI-YJqzkl1VWw Youtube