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GERAL ROUBO

*ESCÂNDALO DAS QUENTINHAS DO PT É UM CRIME CONTRA OS MISERÁVEIS DESTE PAÍS*

Governo Federal pagou por milhares de refeições que nunca foram entregues

08/02/2025 06h42 Atualizada há 1 mês
Por: Pedro Tinoco
Depois do Pix, o escândalo das “Quentinhas Invisíveis” também cai no colo de Lula
Depois do Pix, o escândalo das “Quentinhas Invisíveis” também cai no colo de Lula

A se confirmarem as informações veiculadas pela imprensa - com evidências gigantescas - sobre as "quentinhas invisíveis" que deveriam ser produzidas por ONGs ligadas a gente do PT, estaremos diante de mais um crime contra os miseráveis deste país.

Em resumo, ex-assessores de políticos do PT teriam montado Organizações Não Governamentais (ONGs) a fim de participar de um programa para distribuição de alimentos (quentinhas) a pessoas em vulnerabilidade social, como em situação de rua.

O problema é que os alimentos não chegaram na ponta da linha. Ou seja, na população miserável deste Brasil, em nome de quem projetos milionários são gestados, nos gabinetes refrigerados de Brasília.

No caso em análise, o valor contratado é de R$ 5,6 milhões, que estão sendo repassados a outras entidades, também ligadas a petistas, em uma espécie de subcontratação.

Mas eis a surpresa: os endereços informados ao Governo Federal pelas ONGs não têm nem sinal  de produção e distribuição de alimentos.

COZINHA - De acordo com matéria do jornal O Globo, o documento foi firmado em novembro de 2024 no escopo do programa Cozinha Solidária, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministério, que tem à frente o petista Wellington Dias, disse que realizará visitas para monitorar o projeto.

“Caso seja constatada qualquer irregularidade no cumprimento do objeto pactuado ou na utilização dos recursos, serão adotadas as medidas cabíveis, que podem incluir o corte no repasse de recursos, a solicitação de devolução dos valores à União e a inabilitação das cozinhas”, afirmou.

A iniciativa está espalhada por 12 estados. Em São Paulo, o Movimento Organizacional Vencer, Educar e Realizar (Mover Helipa) venceu o edital de chamamento público.

BOQUINHA - A ONG é comandada por José Renato Varjão, que trabalhou no gabinete do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022.

Entre março de 2015 e novembro de 2018, ele assessorou o deputado estadual de São Paulo Ênio Tatto (PT).

Varjão, por sua vez, subcontratou uma teia de ONGs de atuais ou ex-integrantes de gabinetes petistas para produzir e distribuir as quentinhas.

Uma delas é a Cozinha Solidária Madre Teresa de Calcutá, no bairro Jardim Varginha, na Zona Sul da capital paulista. O contrato prevê a entrega de 4.583 refeições por mês durante um ano.

NINGUÉM - A reportagem de O Globo esteve na tarde da última quinta-feira no endereço que a entidade informou ao governo, mas o local estava fechado.

Vizinhos afirmaram que não têm conhecimento da distribuição de marmitas ali.

A ONG pertence a Paula Souza Costa, que até dezembro do ano passado estava lotada no gabinete do ex-vereador de São Paulo Arselino Tatto (PT), que não se reelegeu em 2024 – quando o acordo foi celebrado, ela era funcionária do petista.

“Entregamos 250 quentinhas em janeiro. Fiz uma parceria com o projeto ONG Sueli, que fica no local que vocês visitaram”, disse a ex-assessora por telefone.

A quantidade informada representa 5% do valor mensal estipulado em contrato – e a distribuição, segundo o documento, deveria ter começado um mês antes.

Mesmo sem ter entregue as refeições em dezembro de 2024, um recibo assinado por Paula Costa informa o recebimento de R$ 11 mil pelo “apoio à produção e oferta de 4.583” quentinhas entre 01/12/2024 e 31/12/2024.

O projeto citado por ela é comandado por Sueli Batista, ex-assessora de Arselino Tatto. Por telefone, ela afirmou que alugou o imóvel e que Paula Costa pediu o espaço emprestado:

— A gente começou a conversar, mas não está totalmente definido.

TRABALHO SÉRIO - Procurados, Ênio e Arselino Tatto disseram que os assessores têm um “trabalho social e comunitário sério”.

A nota afirma que os funcionários podem inscrever as ONGs que comandam em programas, sem que isso passe pelo “prévio conhecimento, aprovação ou acompanhamento” dos parlamentares.

Apesar de ter informado ao ministério o endereço no Jardim Varginha, a Cozinha Solidária Madre Teresa de Calcutá está registrada na Receita Federal em uma localização diferente, também na Zona Sul de São Paulo — o e-mail cadastrado é o “secretaria.ta [email protected]”.

O GLOBO visitou o espaço, onde não existe estrutura para a produção e distribuição de quentinhas.

Além disso, a entidade apresentou ao Governo Federal um relatório para comprovar o serviço que mostra fotos de crianças recebendo os pratos em um terceiro endereço, pertencente a outra ONG que distribui refeições.

Após a visita da reportagem, um representante da entidade disse que a distribuição de marmitas ocorre em locais diversos e está em “migração” para o imóvel informado ao ministério.

A 12 quilômetros dali, uma outra organização também abastecida com verbas do Governo Federal teria que entregar 4.583 refeições por mês.

Na última quinta, não havia sinal da atividade na Cozinha Solidária Unidos Pela Fé. O endereço em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, é a residência de Claudinei Florêncio, ex-assessor de Arselino Tatto — um adesivo da campanha do vereador segue colado no portão.

Ele reconheceu que, a despeito de o contrato ter sido assinado em dezembro de 2024 para a entrega imediata, nenhuma refeição havia sido distribuída:

— Estamos organizando. Recebemos a verba há sete dias. Acredito que na segunda-feira (3 de fevereiro) começa a todo vapor.

Em prestação de contas apresentada ao governo, porém, ele afirmou ter entregue 4.583 quentinhas entre 1º e 31 de dezembro do ano passado. Questionado sobre a divergência de informações, ele não se manifestou.

Dono da ONG que firmou o acordo com o ministério e vem subcontratando as outras entidades, José Renato Varjão afirmou que visitaria os locais para saber se as entregas estavam sendo feitas e "tratou como um acaso" a participação de petistas.

— Quem não estiver fazendo as entregas vai ter que devolver os recursos. Mas não teve influência de parlamentares. Foi mera coincidência.

Na terça-feira, quatro dias após a ida da reportagem, ele enviou um vídeo e disse que a Cozinha Unidos Pela Fé estava sendo inaugurada.

A ONG de Varjão atua em um cinturão de bairros de baixa renda da capital apelidado de “Tattolândia”, reduto da família Tatto.

A verba federal também foi destinada a outras entidades próximas ao clã político, como a Cozinha Solidária Instituto Rosa dos Ventos, de Anderson Clayton Rosa, que ainda trabalha como assessor do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP).

FRAUDE OU ERRO? - Contratada para entregar 4.583 quentinhas, a ONG produziu 400 pratos em janeiro, segundo a prestação de contas.

O parlamentar não se manifestou, e o assessor disse que faz um trabalho de “referência” e que pode ter ocorrido “algum erro” na documentação enviada ao governo.

Além da família Tatto, a verba abasteceu ONGs comandadas por ex-assessores de outros políticos do PT, como a Cozinha Solidária Divino Espírito Santo.

A entidade está em nome de um ex-auxiliar do deputado estadual de São Paulo Luiz Fernando Teixeira (PT).

SAPOPEMBA - O contrato prevê a entrega de 4.583 quentinhas por mês na região de Sapopemba, na Zona Leste. O parlamentar disse que não tem relação com a contratação de ONGs.

No endereço informado ao ministério, funciona uma igreja. Vizinhos contaram que havia um ponto de distribuição de marmitas à frente.

Na sexta-feira, quando O GLOBO esteve no local, funcionários já aguardavam a visita da reportagem, que havia estado em outras entidades no dia anterior.

Segundo eles, 70 refeições são produzidas por dia, o que daria 2.100 por mês, número abaixo do contratado.

CÓPIAS - Por obrigação contratual, as entidades precisam apresentar prestações de contas ao Ministério do Desenvolvimento Social. O GLOBO analisou os documentos e encontrou 13 com similaridades, como termos idênticos e rubricas semelhantes.

Os metadados desses relatórios revelam que eles foram criados na última semana de dezembro por um mesmo usuário, Fábio Rubson da Silva. Ele é advogado e presta serviços para a Mover, que contratou as outras ONGs.

— Como entidade gestora, a gente criou modelos de formulários. Os arquivos não foram criados aqui, mas eu preciso compactar os documentos para enviar ao ministério — alegou o defensor

Eis aí algo que a Polícia Federal e outros órgãos de controle deveriam investigar a fundo e trazer respostas à sociedade. No aguardo.

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3 comentários
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Josilene Há 1 mês Olinda Gente sinceramente não vejo pra quê colocarem tudo na culpa do Lula!! Se o governo repassa verbas pra programas sociais quem tem que prestar conta com o governo são os responsáveis que estão à frente dos projetos, parem com essa mania de querer destruir o governo, que ao contrário do anterior tá fazendo de tudo pra quê o Brasil cresça e que os mais vulneráveis tenham condições de se alimentar, quanto ao pix todos sabem que foi um mau entendido por políticos que espalharam fake News! Viva o Lula!
AmauryHá 1 mês Olinda PEAinda há quem defende esse cidadão.
Antônio Neto Há 1 mês Olinda-PE Não á toa Alkmin disse que Lula queria voltar à cena do crime. Só não disse que ia voltar junto com o ladrão.
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