NILDO CHAGAS - Repercutiram bastante as falas de Lula sobre o aumento dos preços dos alimentos em entrevista concedida às rádios Metrópoles e Sociedade da Bahia, na última quinta-feira (6).
Na ocasião, Lula disse que a população seria um dos agentes mais importantes para o controle da inflação e que deixasse de comprar aquilo que considerasse caro, a fim de que os preços caíssem.
“Tenho dito que uma das pessoas mais importantes para a gente controlar os preços é o próprio povo. Se você vai num mercado aí em Salvador e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tivesse a consciência e não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano. Esse é um processo educacional que nós vamos ter que fazer com o povo brasileiro”, afirmou o presidente.
A alta dos preços não pode ser apenas atribuída ao aumento da demanda, pois existem outros fatores como o aumento dos custos, como por exemplo, se o combustível sobe, logo o frete ficará mais caro e irá interferir no preço dos alimentos.
Se o salário mínimo e o preço da energia sobem, os preços dos alimentos também sofrerão reajustes, pois um supermercado que possui funcionários e tem que pagar a conta de energia, teve aumento em seus custos para continuar comercializando os mesmos produtos.
Outro fator que tem sido apontado como o maior problema da inflação é a falta de compromisso do governo Lula no controle de gastos, pois gera desconfiança e aumenta as incertezas com relação à condução da política fiscal do país.
PRESSÃO - Isso gera aumento da percepção de risco por parte de investidores, sobretudo estrangeiros, que simplesmente deixam de investir no país e levam consigo seus dólares, afetando o câmbio e pressionando o preço da moeda americana, que fica mais cara.
Com o dólar mais caro, toda a cadeia produtiva dos alimentos, desde a produção agrícola, que exige insumos como defensivos ou máquinas e equipamentos importados, até o transporte, pois parte do combustível consumido no país também vem de fora, sofre com a escalada do preço da moeda estrangeira.
As falas de Lula trouxeram muitos comentários negativos na imprensa e nas redes sociais, sobretudo quando o presidente pede para o povo deixar de comprar, até porque existem alimentos que não podem ser substituídos, como o arroz, feijão, carnes, leite, óleo de soja e café, ou você consome ou não.
O deputado federal Nikolas Ferreira da oposição fez um vídeo, que viralizou, ironizando as falas de Lula e mostrando que existem coisas que não podem deixar de ser consumidas por estarem caras como água, alimento, energia e combustível.
“Se a água está cara, é só não tomar banho. Se você está com fome, é só não comer. Se a conta de luz está cara, é só não ligar. Se a gasolina está cara, é só não andar de carro. Se a passagem está cara, é só ficar em casa. Se o presidente está ruim, é só tirar”, disse o deputado Nikolas no vídeo.
Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado na quinta-feira (6) apontam que o preço da cesta básica aumentou em 13 das 17 cidades pesquisadas em janeiro deste ano.
Segundo o Dieese, a cesta básica compromete em torno de 40% do salário mínimo e que para sustentar uma família de 4 pessoas, o salário mínimo deveria ser de R$ 7.156,15, considerando-se as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Salvador teve a maior alta (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%), enquanto que Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%) foram as cidades que apresentaram redução no valor global da cesta básica.
No Nordeste, cidades como Aracaju e Recife apresentaram os menores valores, com os itens da cesta básica ficando abaixo de R$ 600,00.
CARESTIA - São Paulo registrou a cesta básica mais cara do país, custando R$ 851,82, seguida de Florianópolis e do Rio de Janeiro, cujo valor ficou acima de R$ 800,00.
Diante dessa realidade, a proposta de Lula de querer “educar” a população quanto ao consumo, um dia depois de usar uma gravata de luxo da marca francesa Louis Vuitton, que custa R$ 1.680,00, é uma solução de combate à inflação que não se sustenta economicamente.
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