Pode até não se tornar um clássico da literatura, como Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, mas o livro que o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) está escrevendo sobre o período em que esteve encarcerado após a Operação Lava Jato será, no mínimo, curioso.
Pedro Corrêa, que também é médico, vai contar como era a rotina atrás das grades em companhia de outros presos famosos, como empresário Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci, os ex-deputados federais José Dirceu e Eduardo Cunha, além do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
A obra, que já está em início de produção, apresentará detalhes dos bastidores da cadeia, na Polícia Federal, em Curitiba, Paraná; e também do período em que cumpriu pena em Canhotinho, Pernambuco.
SPOILER - Em conversa com os jornalistas Pedro Paulo, Pedro Tinoco e Wellington Ribeiro, na última quarta-feira (26), após entrevista na Tv Nova, Corrêa adiantou um pouco do conteúdo do livro.
Pedro Tinoco, Wellington Ribeiro e Pedro Paulo ouviram as confidências do ex-deputado
Ele revelou, por exemplo, que Sérgio Cabral chegou à cadeia desesperado e chorando muito, achando que iria morrer.
"Eu abracei ele, consolei e fiz com que se acalmasse, que a prisão não era o fim do mundo. E aos poucos ele foi se conformando com a situação", contou.
Sobre o dono da Construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o convívio na cadeia o fez descobrir que o empresário tem "mania de organização" e fissura por exercícios físicos.
"Eu bagunçava tudo na cela e Marcelo era quem organizava. Ele não pode ver nada fora do lugar. Também passava de seis a sete horas por dia fazendo ginástica", contou.
TERNO - Em relação ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, Pedro Corrêa afirma que ele passava a maior parte do tempo de terno e gravata.
"Enquanto a gente ficava com roupas mais leves, o Cunha não abria mão de se vestir com se estivesse no Congresso Nacional. A gente achava aquilo engraçado", revelou aos risos.
Pedro Corrêa disse também que, na carceragem da PF, em Curitiba, passava 22 horas trancafiado na cela. A exceção era para asseio pessoal e tomar banho de sol, por duas horas/dia.
Na maior parte do tempo se distraia com jogos de tabuleiro ou baralho, além de ler livros.
EDUARDO CAMPOS - Após o período no Paraná, Pedro Corrêa foi transferido para o Presídio de Canhotinho, no interior de Pernambuco.
Lá viveu dias melhores e virou uma espécie de "rei da cadeia". Por ser médico, prestava assistência aos presos, gostava de conversar e conquistou a simpatia de assassinos e ladrões.
"Eduardo era governador e ficou preocupado com a minha segurança. Colocou uns cabras da polícia com metralhadoras para me proteger. Mas aquilo interferia na rotina da cadeia e eu pedi a ele pra retirar porque os presos não gostava. Os policiais saíram e foi uma festa. Fiquei mais amigo dos presidiários", contou.
O ex-deputado disse que esteve detido em Canhotinho na época da Copa do Mundo de 2014, quando conseguiu levar uma televisão para assistir aos jogos com os novos amigos.
"A confiança era tanta que minha esposa e filha foram assistir alguns os jogos comigo, dentro da cadeia. Os presos me viam com simpatia. Eu sei fazer amizade", afirmou.
PERIGO - Sobre os riscos dentro do sistema prisional, Pedro Corrêa contou que "a bronca são os noiados".
"Os assassinos são os melhores amigos. Não mexem com ninguém. Tinha um que matou um cara com um murro. O bicho era 'torado'. Quando fui autorizado a trabalhar como médico, em Garanhuns, ele ia comigo. Era meu motorista", comentou.
Além dos "causos" da cadeia, o livro de Pedro Corrêa também deve trazer novidades sobre os bastidores da Operação Lava.
A classe política e interessados na história do Brasil, aguardam com ansiedade a chegada da obra nas livrarias.
QUER SABER TUDO PRIMEIRO??? – Siga-nos no Instagram e Youtube. Participe do grupo no ZAP.
https://www.instagram.com/redeobservatoriope/ Instagram
https://chat.whatsapp.com/CIylu51erFy9t9cIy49GRg WhatsApp
https://www.youtube.com/channel/UCRiaMDDQmUXI-YJqzkl1VWw Youtube
Mín. 26° Máx. 30°
Mín. 26° Máx. 29°
Parcialmente nubladoMín. 26° Máx. 28°
Tempo limpo