*TUDO FICOU MAIS CARO EM MARÇO, APONTA IBGE*

NILDO CHAGAS - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira (11) a inflação do mês de março, que foi de 0,56%, acumulando 5,48% de alta em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apresentou aumento em todos os nove grupos de produtos e serviços, ou seja, tudo ficou mais caro em março com destaque para o grupo de alimentação e bebidas que subiu 1,17% com impacto de 0,25 ponto percentual (p.p.) no índice.

Dessa forma, quase metade da inflação no mês foi provocada pelo grupo de Alimentação e Bebidas, que correspondeu a 45% do IPCA.
 
As maiores altas foram no tomate (22,55%) e ovo de galinha (13,13%), seguidos do café moído que, além de ter apresentado 8,14% em março, acumula 77,78% de aumento nos últimos 12 meses.

O gerente responsável pela pesquisa, Fernando Gonçalves, trouxe explicações durante a apresentação para esses alimentos que tiveram as maiores altas.

“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, disse Fernando Gonçalves.

"Impulsionada pelo aumento do preço no mercado internacional dada a redução de oferta do grão em escala mundial, com a quebra de safra no Vietnã devido a adversidades climáticas, as quais também prejudicaram a produção interna”, explicou Gonçalves a alta no preço do café moído no acumulado dos últimos 12 meses.

AVIÃO - O grupo Transportes teve um aumento de 0,46%, sendo o segundo maior impacto (0,09 p.p.), influenciado principalmente pelo aumento da passagem aérea, que registrou uma alta de 6,91% em março.

No mesmo grupo, a gasolina encareceu 0,51%, o óleo diesel 0,33%, o etanol 0,16% e o gás subiu 0,23% em março.

O terceiro maior impacto (0,07 p.p.) e com alta de 0,70% em março foi o grupo de Despesas pessoais, sendo puxado pelo subitem cinema, teatro e concertos, que ficou mais caro 7,76% em relação ao mês de fevereiro.

Os alimentos seguem pressionando a inflação no país e ficaram 7,68% mais caros nos últimos 12 meses, representando uma das maiores preocupações do governo, que projeta nos próximos meses uma queda nos preços com a safra atual.

ALÍVIO - Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os preços vão ceder na ponta e aliviar o bolso dos consumidores na hora da compra.

“Já está cedendo, e deve ceder ainda mais”, disse Fávaro a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda, após reunião com Fernando Haddad na quarta-feira (09).

Com inflação bem acima da meta, que é de 3% ao ano e com tolerância de 1,5% para mais ou para menos, o Banco Central através do boletim Focus projeta uma inflação ainda maior de 5,65% em 2025, conforme última publicação.

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