NILDO CHAGAS - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) pela sétima vez consecutiva na última quarta-feira (18) com um aumento de 0,25 ponto percentual, saindo de 14,75% para 15% ao ano (a.a.), sendo o maior patamar desde julho de 2006.
Com a nova elevação, o Brasil passou a ter a 2ª maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo de 9,63% a.a., ficando atrás apenas da Turquia que apresenta um percentual de 14,44%, segundo a consultoria MoneYou.
O aumento foi bastante criticado por integrantes do atual governo e políticos aliados, que pouparam citar o nome do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, diferentemente do que faziam com o antigo, Roberto Campos Neto, já que Galípolo foi indicado pelo presidente Lula.
"É incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos", publicou a ministra Gleisi na rede social X.
“Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central. A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos. É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde”, também publicou no X, o deputado federal e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias.
O Copom justifica o novo aumento avaliando o cenário externo, que retrata uma economia americana sendo questionada pelo elevado endividamento público e guerra fiscal internacional promovida pelo tarifaço de Trump, além das tensões geopolíticas com as guerras da Ucrânia e Rússia e de Israel e Irã.
"O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos. Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica”, publicou o BC em nota após a decisão do aumento da Selic.
MERCADO DE TRABALHO - Com relação ao cenário interno, falando de Brasil, o comitê ainda vê uma economia e mercado de trabalho com algum dinamismo, no entanto, com crescimento mais moderado.
Entretanto, o maior ponto de atenção do Copom é sem dúvida, a política fiscal do atual governo, que não reduz gastos, mas pelo contrário, só aumenta e busca o equilíbrio das contas públicas com o crescimento da arrecadação através da elevação ou criação de novos impostos.
“O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, destacou ainda através da nota.
O ciclo de alta da Selic foi iniciado em setembro do ano passado, quando estava em 10,50% a.a. e pode ser que tenha chegado ao fim, de acordo com o Copom, que antecipa a manutenção da taxa para a próxima reunião, caso sejam confirmadas as suas projeções de inflação, que se encontram em 4,9% em 2025 e 3,6% ao final de 2026.
A manutenção em 15% a.a. por um período maior do que o esperado pelo mercado, também pode ocorrer, o que não é bom para a nossa economia.
“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, trouxe a nota do BC.
Embora o Copom não tenha fechado as portas para novos aumentos, o mercado vê pouco espaço para que isso ocorra, considerando que a inflação já apresenta sinais de desaceleração, mesmo diante de um cenário global complexo.
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