O principal índice da bolsa brasileira (Ibovespa) bateu novo recorde e fechou o pregão da última sexta-feira (4) acima dos 141 mil pontos pela primeira vez na história.
Com alta de 0,24% no dia, o Ibovespa fechou a semana aos 141.263,56 pontos e alta de 3,29%, sendo a melhor semana desde 22 e 25 de abril, quando acumulou uma alta de 3,93%.
Além disso, renovou a máxima histórica intradiária ao atingir 141.563,85 pontos, superando os 141.303,55 do dia anterior.
A performance da bolsa brasileira pode ser considerada surpreendente, sobretudo diante de uma Selic elevadíssima de 15% ao ano, risco fiscal no radar e um ambiente externo complexo, que em tese, deveriam prejudicar a performance do Ibovespa, que teve um resultado negativo em 2024, recuando 4,79%.
Do ponto de vista externo, as chamadas tarifas recíprocas aplicadas pelo Governo Trump aos países seguram o crescimento mais acentuado das bolsas americanas e mundiais, pois trazem risco de uma recessão em escala global.
Olhando para o cenário interno, o risco fiscal do governo brasileiro traz preocupação para o investidor e deveria inibir o crescimento da bolsa brasileira, mas o que se tem visto é um efeito contrário diante das pesquisas recentes de sucessão presidencial, que apresentam uma rejeição crescente do atual mandatário do executivo federal.
O Governo Lula também tem enfrentado oposição do Congresso Nacional para aprovar medidas que aumentem impostos, como no caso do IOF, cujos decretos foram suspensos e marcada audiência de conciliação para o dia 15 de julho.
O aumento de impostos significa mais custos, mais inflação e aumento dos juros, que por sua vez, prejudicaria a bolsa, mas diante do enfraquecimento do atual governo, a bolsa brasileira tem sido resiliente e avançado em 2025.
Outro argumento para justificar o desempenho positivo do Ibovespa é de que a bolsa brasileira está barata e de que há uma expectativa de maior enfraquecimento do dólar, que acumula no ano uma queda de 12,22% frente ao real.
Para melhor compreensão, se um investidor estrangeiro comprar US$ 1.000,00 em ações brasileiras, que correspondem a R$ 5.420,45 pela última cotação de fechamento (R$ 5,42) e as ações valorizarem 10% (R$ 542,05), como também, o dólar recuar 5%, passando a valer R$ 5,15 ao final de seis meses, o investidor será duplamente beneficiado e sairá do Brasil com US$ 1.157,03, ou seja, um rendimento bruto em dólares de 15,70%.
Enquanto o índice americano S&P 500 avançou 6,76% no acumulado do ano, Shanghai da China cresceu apenas 3,6%, o Euro Stoxx 50 da Europa acumulou 8,02%, a FTSE 100 de Londres registrou 7,95% e o Sensex da Índia evoluiu 6,77%, o Ibovespa avançou 17,44% este ano.
Sendo assim, em um ano bastante conturbado, inclusive com conflitos e guerras, a bolsa brasileira vem apresentando em 2025 uma performance diferenciada e à frente de outras bolsas importantes ao redor do mundo.
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